A mão que abria aquela porta era uma mão de homem. Uma mão grande, de pele macia e unhas bonitas. Era a mão do meu avô que todas as tardes gostava de ir passear de autocarro. Sempre gostei de imaginar sítios fantásticos onde ele ia passear e nos quais coleccionava aventuras que só não me contava quando chegava porque eu era ainda muito pequena e não tinha idade para perceber as coisas dos crescidos. Sempre me recusei a acreditar que na verdade o autocarro que apanhava todas as tardes não mudava de número e que o seu passeio não mudava de rota.
Quando voltava para casa, saltava para os seus braços. Beijava-lhe o pescoço e deixava-me ficar no seu colo de sorriso colado porque sabia que o fumo dos cozinhados da minha avó, que marcava o seu lugar no fogão durante horas que sempre me pareceram dias, esse fumo escondia os segredos das histórias maravilhosas que o meu avô vivia nas suas tardes e que só eu as sabia à custa de tanto as fantasiar.
Quando voltava para casa, saltava para os seus braços. Beijava-lhe o pescoço e deixava-me ficar no seu colo de sorriso colado porque sabia que o fumo dos cozinhados da minha avó, que marcava o seu lugar no fogão durante horas que sempre me pareceram dias, esse fumo escondia os segredos das histórias maravilhosas que o meu avô vivia nas suas tardes e que só eu as sabia à custa de tanto as fantasiar.
3 comentários:
revolto
revolvo
revenho
revisito
as memórias do teu avô.
e desse lugar para onde foi, imagino o abraço que te dá.
e eu - daqui - dou-te o beijo para completar.
miss U!
ESTA MÃO EU BEIJEI
ESTA MÃO ME ACARINHOU
ESTE CORAÇÃO FOI BONDOSO
É A RECORDAÇÃO DE QUEM TE AMOU
lindo texto sobre o avô
beijo prima
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