segunda-feira, 4 de agosto de 2008

.post scriptum.

Perdi a conta. Já te senti de todas as maneiras - com paixão, com amor, com desejo, com amizade, com saudades, com ódio, com repulsa, com mágoa.
Lembro-me ainda da sensação de encaixe perfeito dos meus lábios no canto do teu olho com o teu nariz ou do mapa desenhado a beijos nas minhas costas. E de repente sinto um vazio, um aperto no coração. Não sei o que é e penso que é da tua amputação. Os amputados sentem sempre dor no membro ausente, aquele que não existe mais mas que lateja continuamente. Partilho esta dor amputada. Incapaz de encontrar-lhe a cura prometida, resolvo reler as tuas palavras. Umas quaisquer que tivessem feito sentido a uma dada altura. Aleatória, abro um email. Dizia assim no fim: "ps- (gosto de olhar-te nos olhos. mesmo que por vezes me sinta atrapalhado, eu sou assim. meio-parvo)".
Tens razão, és assim. Meio-parvo. É assim que te sinto, de todas as maneiras. Meio-parvo.

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